Entenda os impactos da inflação nas suas finanças pessoais

Entenda os impactos da inflação nas suas finanças pessoais

Compreender os impactos da inflação, tanto no Brasil quanto no mundo, é essencial. Isso porque essa é uma questão que reflete diretamente no seu bolso — seja na hora de comprar um produto, contratar um serviço ou fazer um investimento no mercado financeiro, sabia?

Porém, embora muitos jornais e portais de notícias falem com regularidade sobre a inflação é comum haver dúvidas sobre o assunto. Na prática, nem sempre é fácil saber se ela aumentou ou diminuiu e o que isso significa no dia a dia.

Precisa de ajuda para entender melhor o que é a inflação e quais são os impactos dela na sua vida? Continue a leitura deste post e veja as respostas para essas dúvidas!

O que é inflação e como ela funciona?

A inflação é um fenômeno econômico que se caracteriza pelo aumento contínuo e generalizado dos preços dos bens e serviços em uma economia ao longo do tempo. Tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo, ela afeta de forma direta a vida de todos os cidadãos.

Para entender de maneira fácil e prática o que é e como funciona a inflação, vale considerar um exemplo. Imagine que você foi ao supermercado e comprou 15 produtos, gastando, no total, R$ 250.

Alguns meses depois, você faz essa mesma compra, no mesmo estabelecimento, porém a soma deu R$ 268. Sabe por que isso ocorreu? Esse aumento de R$ 18 é o resultado dos efeitos da inflação sobre o seu dinheiro.

Se você fizer uma análise sobre seus gastos, perceberá aquilo que você costumava adquirir com determinada quantia no passado exige um montante maior agora. Então é preciso gastar mais do que antes para comprar a mesma quantidade de determinados produtos. Ficou mais claro o conceito?

Quais fatores influenciam a inflação de um país?

Você viu que a inflação é um fenômeno relacionado ao aumento dos preços de bens e serviços. Mas, afinal, por que essa situação acontece? Existem diferentes fatores e conhecê-los melhor o ajudará a identificar melhor quando esse aumento acontece.

A seguir, descubra quais são as principais razões para a inflação!

Emissão excessiva de moedas

Uma das causas que influenciam a inflação de um país tem a ver com a emissão excessiva de dinheiro por parte do Governo. Se a quantidade de capital em circulação aumentar rapidamente, haverá mais dinheiro disponível para gastar, certo?

Por conta disso, a tendência é que haja um aumento na demanda por bens e serviços. Como consequência, os preços serão afetados e ficarão mais altos.

Desajuste entre oferta e demanda

É importante observar que, quando os consumidores gastam mais, a demanda por produtos e serviços aumenta. Porém, se a oferta não acompanhar essa demanda, os preços também tendem a subir.

Um exemplo envolve períodos de muita chuva ou de seca, que afetam a produção agrícola. Nessas situações, as colheitas são menos produtivas, gerando menos produtos e diminuindo a oferta. O resultado vem na forma de aumento de preços.

Custos de produção

Outra situação que influencia a inflação de um país é o aumento nos custos de produção, como mão de obra, matéria-prima e energia elétrica. Devido a essas circunstâncias, as empresas podem repassar a elevação nos custos para os consumidores por meio de preços mais altos.

Política fiscal

Além dos fatores anteriores, vale ressaltar que algumas decisões do Governo costumam influenciar a inflação. Por exemplo, aumentos dos gastos públicos sem financiamento adequado podem gerar déficits orçamentários e pressionar os preços.

Da mesma forma, se o Governo decide aumentar os impostos cobrados de empresas, a tendência é que os preços aumentem. Afinal, as companhias provavelmente repassarão essa despesa maior aos consumidores finais.

Por fim, vale ressaltar que as mudanças na taxa básica de juros do país, a Selic, podem influenciar diretamente a inflação. Quando ela está alta, o crédito fica mais caro e o consumo tende a diminuir, o que desaquece a economia e reduz os preços e a inflação — e o contrário também acontece.

Quais os principais indicadores de inflação no Brasil?

Conforme você acompanhou nos tópicos anteriores, existem diferentes circunstâncias que influenciam a inflação de um país. Agora, você sabe como esse fenômeno é calculado e apresentado no Brasil?

No país, a inflação é medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse é o indicador oficial que o Governo Federal utiliza para avaliar esse fenômeno econômico no país.

Porém, esse não é o único indicador do avanço de preço, pois também existe o IGP-M e o INPC. Saiba mais sobre essas alternativas!

IPCA

Como você aprendeu, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é o indicador oficial da inflação no Brasil. Ele é calculado mensalmente pelo IBGE e reflete a variação média de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras que recebem de 1 a 40 salários mínimos.

O cálculo do IPCA envolve a coleta de preços em diversas regiões do país. Entre os itens pesquisados estão alimentos, habitação, transporte, saúde e educação. Vale ressaltar que o índice considera os pesos relativos desses itens no orçamento das famílias, ou seja, a importância de cada categoria de gastos.

Na prática, o processo de cálculo do IPCA funciona por meio das seguintes etapas:

  • coleta de preços: equipes do IBGE visitam estabelecimentos comerciais em diferentes regiões do país para registrar os preços dos produtos e serviços que fazem parte da cesta;
  • cálculo dos índices parciais: os preços coletados são usados para calcular índices parciais de variação de preços por categoria de produtos — alimentação, habitação, transporte e outros;
  • ponderação: cada índice parcial é ponderado de acordo com a participação dessa categoria nos gastos totais das famílias;
  • cálculo do IPCA: por último, o IPCA é calculado pela média ponderada dos índices parciais, representando a variação média de preços para o consumidor final.

Após essas etapas, o resultado é divulgado pelo IBGE e serve como referência para monitorar a inflação no país. O IPCA é amplamente utilizado para reajustar contratos, salários, benefícios sociais e investimentos.

Ainda, esse é um índice acompanhado de perto pelo Banco Central, responsável pelas decisões de política monetária. Outras decisões econômicas e financeiras em geral também se relacionam ao índice.

IGP-M

O segundo indicador de inflação no Brasil é o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M). Este, por sua vez, é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e envolve a combinação de três subíndices.

Veja quais são eles:

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M): representa a variação de preços no atacado, considerando produtos agropecuários e industriais. Ele é ponderado de acordo com a participação desses produtos na produção nacional;
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M): mede a variação de preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias. A cesta é semelhante à do IPCA;
  • Índice Nacional do Custo da Construção (INCC-M): avalia a variação de custos na construção civil, considerando materiais, mão de obra e outros elementos relacionados a esse setor.

O processo de cálculo do IGP-M envolve a média ponderada desses três subíndices, sendo que o IPA-M tem maior peso na composição final. A ponderação é baseada nas despesas das famílias e na estrutura de produção do país.

Vale ressaltar que o cálculo do IGP-M é realizado mensalmente, assim como o IPCA, e o resultado é divulgado no final do mês de referência. Esse é um índice que costuma ser bastante utilizado para reajustar contratos de aluguel e outros tipos de acordos.

INPC

Por último, há o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Do mesmo modo que o IPCA, ele mede a variação de preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias. No entanto, esse indicador foca nas famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos.

O cálculo do INPC é similar ao do IPCA, mas tem algumas diferenças em relação à ponderação e à composição da cesta de produtos e serviços. Ele é calculado pelo IBGE a partir da média ponderada de variações de preços em nove grupos de despesas.

São eles:

  • alimentos e bebidas;
  • habitação;
  • artigos de residência;
  • vestuário;
  • transportes;
  • saúde e cuidados pessoais;
  • despesas pessoais;
  • educação;
  • comunicação.

A metodologia do INPC envolve a coleta de preços em diferentes regiões metropolitanas e cidades do país. A ponderação é feita com base nos gastos das famílias de baixa renda, refletindo suas principais despesas.

O resultado do INPC também é divulgado mensalmente pelo IBGE e é utilizado para reajustes de salários, benefícios previdenciários e outros contratos que envolvem segmentos de menor renda.

Quais os impactos da inflação nas finanças pessoais?

Até aqui, você conheceu os principais pontos relacionados ao aumento dos preços na economia, não é mesmo? O próximo passo é entender quais são os impactos da inflação nas finanças das pessoas — inclusive das duas.

Confira os principais efeitos a seguir!

Aumento dos preços

Quando se fala em consequências da inflação nas finanças pessoais, o principal deles é o aumento dos preços, seja de produtos ou de serviços. Isso significa que você pagará mais caro pelo que costuma consumir e utilizar.

Alimentos, transporte, moradia e até mesmo lazer podem se tornar mais caros, causando um peso maior no seu orçamento. Assim, a sua capacidade de gastar, economizar e investir tende a ser menor.

O que acontece muitas vezes é que os preços dos produtos e serviços aumentam, porém, os salários não acompanham esse movimento de modo imediato. Por consequência, essa situação afeta o orçamento e o planejamento financeiro de muitas pessoas.

Nesse cenário, é comum ter que ponderar as opções disponíveis. Entre elas, estão:

  • gastar mais para continuar comprando os mesmos itens (o que nem sempre é possível);
  • diminuir a quantidade de produtos para gastar a mesma quantia;
  • comprar mercadorias de outras marcas mais acessíveis para não gastar tanto.

Perda do poder de compra

Relacionado ao tópico anterior, outro impacto da inflação nas finanças pessoais diz respeito à perda do poder de compra. Afinal, esse fenômeno econômico faz com que o dinheiro que você guarda hoje não tenha o mesmo valor no futuro.

Dessa forma, metas de médio e longo prazo, como comprar uma casa, fazer uma viagem ao exterior ou se aposentar confortavelmente, tendem a ser afetadas e ficar mais caras. Mesmo no curto prazo você pode sofrer com a diminuição da capacidade de consumir, diante da inflação elevada.

Desempenho dos investimentos

Além do orçamento do dia a dia, a inflação pode afetar o seu desempenho no mercado financeiro, sabia? Isso ocorre porque quando o índice inflacionário está alto, ele afeta o rendimento real de diversas aplicações e ativos.

Quer entender melhor? Imagine que você tenha investido em um título prefixado cuja rentabilidade é de 8% ao ano. Se durante o período que o seu dinheiro estiver aplicado a inflação chegar a 10% a.a., você não terá um ganho real, concorda?

Nessa situação, o seu dinheiro pode até crescer, mas o ganho não terá sido o suficiente para manter o seu poder de compra. Na prática, a inflação corre o seu patrimônio com o passar do tempo. Assim, esse capital possivelmente não conseguirá ser suficiente para os seus planos no futuro, como se aposentar.

Por outro lado, se esse mesmo título estiver com uma rentabilidade de 10% ao ano e a inflação em 8% a.a., você terá um ganho real. É o mesmo que dizer que o seu dinheiro estará rendendo acima da inflação. Por esse motivo, é essencial que você analise e escolha muito bem os seus investimentos — em especial diante da perspectiva de inflação.

Por que é importante entender as oscilações inflacionárias e seus impactos?

Compreender as oscilações dos preços na economia e seus impactos é fundamental porque eles afetam as finanças da população. Como você viu, esse fenômeno pode impactar negativamente o seu orçamento, o seu planejamento financeiro e os seus investimentos.

Logo, entender os cenários e as tendências inflacionárias permite que você tome decisões mais adequadas e embasadas sobre o que fazer com o seu dinheiro. Principalmente, essa é uma forma de ter mais segurança e de cuidar melhor do seu patrimônio.

Como se proteger da inflação?

Até aqui, você viu quais são os principais impactos da inflação nas finanças pessoais e por que é importante acompanhar e entender esse fenômeno econômico.

Nesse contexto, é válido saber também como você pode proteger o seu dinheiro da inflação, não é verdade? Assim, você poderá tomar decisões que o ajudem a ser menos afetado devido às variações nos preços de bens e serviços.

Para esse propósito, a principal medida é investir parte do seu capital em aplicações e ativos atrelados à inflação. É o caso de títulos do Tesouro Direto, como o IPCA+, o RendA+ e o Educa+, por exemplo.

Esses são investimentos de renda fixa, então funcionam como empréstimos. Além disso, o rendimento deles é dado pelo valor do IPCA no período mais uma taxa fixa. Ao levar esses investimentos até o vencimento, você tem a certeza de que terá um rendimento acima da inflação.

Também existem outros títulos atrelados ao IPCA e até fundos de inflação, certo? O importante é ressaltar que antes de investir em qualquer uma dessas alternativas você deve considerar alguns pontos relevantes.

Veja só:

  • avalie as características de cada investimento;
  • identifique o seu perfil de investidor;
  • conheça suas metas financeiras.

Com atenção a esses pontos, você poderá escolher os investimentos mais apropriados para o seu portfólio. A partir de então, há como manter o seu dinheiro protegido da inflação e contribuir para a realização dos seus planos.

Neste artigo, você aprendeu que os impactos da inflação podem afetar o seu bolso de diversas maneiras. Portanto, é fundamental adotar medidas para amenizá-los e proteger o seu dinheiro. Entre as soluções, vale considerar fazer investimentos atrelados ao IPCA.

Além dos títulos do Tesouro Direto, outras aplicações de renda fixa podem contribuir para esse propósito. Saiba mais sobre os certificados de depósito bancário (CDB)!

 

 


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