O que é inflação? Entenda de uma vez por todas!
Ao chegar no supermercado, você já percebeu que diversos produtos não estão com o mesmo valor que antes? Para entender por que isso acontece, é preciso saber o que é inflação.
Essa taxa está relacionada ao aumento dos preços de produtos e serviços — o que afeta o cotidiano de muitas pessoas. Mas você sabia que ela também pode interferir nos seus investimentos? Então é fundamental saber como proteger seu dinheiro.
Pensando nisso, este artigo vai ajudar você a entender o que é inflação, como ela impacta o seu dia a dia e como se proteger dela. Vamos lá?
O que é inflação?
A inflação é um assunto comum nos noticiários — principalmente quando ela está alta. Esse mecanismo é definido como o aumento constante e generalizado no preço de bens e serviços da economia.
Por esse motivo, ela faz o dinheiro perder poder de compra. Ou seja, a mesma quantia não é mais capaz de comprar os mesmos produtos após um determinado tempo. Isso significa que você precisará gastar mais para fazer uma compra ou contratar um serviço.
A variação da inflação é medida por meio de indicadores, que podem utilizar diferentes metodologias para chegar a um resultado. Já a taxa identificada pelo cálculo representa a média do aumento de preço que acontece em toda a cesta de produtos e serviços analisados em determinado período. Parece difícil, né? Mas é simples.
Na prática, o objetivo dos indicadores de inflação é trazer uma visão ampla da situação econômica do país, sendo bastante útil para mostrar as variações de preços e do poder de compra da população.
A depender da metodologia utilizada, alguns itens podem ter maior peso no cálculo do que outros. Então o aumento de preço em determinado produto pode fazer com que a inflação do período seja mais acentuada.
Por esse motivo, se você ouvir falar que a inflação em um determinado ano foi de 10%, não quer dizer que todos os itens aumentaram nessa mesma proporção, beleza? Na verdade, um serviço pode ter aumentado 12%, enquanto um produto teve uma queda de 3% e outro teve acréscimo de 10%, por exemplo.
O que gera a inflação ao longo do tempo?
Depois de entender o que é inflação, você pode se questionar o que causa esse aumento excessivo nos preços ao longo do tempo, certo? Esse movimento costuma ocorrer pelo desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado.
Com a pandemia de covid-19 que ocorreu em 2020, por exemplo, as pessoas precisaram ficar em isolamento social. Logo, diversas atividades econômicas foram temporariamente suspensas. Isso afetou o fornecimento de matérias-primas e a produção de diversos itens.
Como ainda havia estoque nas fábricas e empresas, os efeitos inicialmente não foram sentidos de forma tão intensa. Porém, no período pós-pandemia, o rompimento das cadeias produtivas gerou grandes impactos na economia.
Aqui, o principal problema foi o desabastecimento do mercado em relação a diversos produtos. Ao mesmo tempo, houve aumento da demanda, pois as pessoas começaram a voltar às suas rotinas normais. Consequentemente, com menor oferta que demanda, os preços subiram. Agora ficou mais fácil entender o movimento, né?
Já em fevereiro de 2022, período em que aumentou a tensão entre Rússia e Ucrânia o não fornecimento de commodities (produtos que são utilizados como matéria-prima) elevou o preço dos materiais primários e contribuiu ainda mais para o crescimento da inflação.
Afinal, a alta de custos em toda a cadeia produtiva é frequentemente repassada ao consumidor final — como você, que compra produtos e serviços todos os dias. Se a gasolina e o diesel aumentam, por exemplo, o transporte fica mais caro e os fornecedores incluem esses custos no preço dos produtos.
E existem diversos outros fatores que encarecem a produção e aumentam a inflação. Entre eles, estão:
- aumento do dólar, que eleva o preço dos materiais importados;
- alta de impostos;
- correção monetária;
- elevação de tarifas de serviços de utilidade pública, como energia elétrica;
- expectativas em relação ao próprio índice, o que também impacta no preço de produtos e serviços oferecidos pelas empresas.
Como a inflação impacta o seu dia a dia?
Agora você conhece os principais fatores que podem contribuir para o aumento nos preços do mercado. Mas, afinal, como esse cenário impacta o seu dia a dia e o orçamento das famílias?
Essa questão é bastante relevante quando o assunto é inflação. Por isso, vale a pena entender quais são as principais influências do aumento de preços na vida das pessoas, certo?
Confira:
Redução do poder de compra
O principal impacto da inflação na sua rotina é a redução do poder de compra do dinheiro. Como você viu, os produtos e serviços ficam cada vez mais caros. Por esse motivo, você precisa destinar uma parcela maior do salário, por exemplo, para comprar os mesmos itens.
Quando isso acontece, é comum precisar buscar novos hábitos de consumo. Por exemplo, elas podem trocar suas marcas preferidas por outros produtos de qualidade inferior ou deixar de ter momentos de lazer com a família.
Essas são formas de adaptar o orçamento e encontrar soluções para minimizar os impactos do encarecimento dos produtos e serviços em seu planejamento financeiro.
Interferência nos investimentos
Quem investe também notará os efeitos da inflação nos resultados da sua carteira de investimentos. Para entender melhor como isso ocorre, é importante saber a diferença entre os conceitos de rentabilidade real e nominal.
A rentabilidade nominal é o valor bruto alcançado com um investimento em determinado período. Por exemplo, imagine que você investiu R$ 1.000,00 em um título de renda fixa e, após um ano, resgatou R$ 1.100,00. Logo, sua rentabilidade nominal foi de 10%, porque esse foi o seu retorno bruto.
No entanto, esse resultado não considera a inflação do período, concorda? Então, para obter a rentabilidade real do investimento, você precisa descontar a taxa inflacionária. Isso significa que, ao fazer o cálculo, você pode encontrar três cenários:
- rentabilidade real positiva;
- rentabilidade real nula;
- rentabilidade real negativa.
Nesse exemplo, se a inflação acumulada em 12 meses foi de 12%, então a rentabilidade real do investimento será negativa. Afinal, os preços aumentaram mais nesse tempo do que rendeu o seu investimento.
Isso indica que você perdeu poder de compra e seu patrimônio reduziu — ainda que o valor nominal tenha aumentado. Já se a rentabilidade real for positiva, significa que seu dinheiro rendeu de fato. Por fim, um resultado nulo mostra que não houve avanço nem redução do patrimônio. Simples, não é mesmo?
Ao entender essa dinâmica, é fácil compreender que um investimento pode apresentar rentabilidade nominal atrativa, mas isso não significa que ela será positiva. Se a inflação no período estiver alta, o poder de compra do seu dinheiro pode ser afetado da mesma forma.
Como saber qual é a inflação hoje?
Como você viu, a inflação é um indicador bastante importante para a economia e afeta tanto a sua rotina quanto o mercado de investimentos. Para saber qual é a inflação hoje, você deve entender como ela é medida.
O resultado é apresentado por meio dos índices de inflação. Em geral, eles são calculados com base no acompanhamento dos preços de uma cesta que reúne diversos produtos e serviços — como você acompanhou no começo desse artigo. Portanto, cada indicador pode focar em itens específicos — ou em determinados níveis de renda.
Um índice de inflação pode manter o foco em famílias com ganhos mensais que estejam dentro da faixa salarial de interesse, por exemplo. Como resultado, é possível encontrar e acompanhar diversos indicadores inflacionários.
O índice de inflação oficial do país é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Ele é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A coleta de preços acontece entre os dias 1º e 30 de cada mês de referência.
A pesquisa envolve as famílias com ganhos mensais entre 1 e 40 salários mínimos e residentes em áreas urbanas. Você pode calcular o IPCA com facilidade usando a calculadora do cidadão, disponibilizada pelo Banco Central.
Para saber a inflação hoje, você pode consultar o próprio site do IBGE. Também é possível conhecer as expectativas do mercado para a inflação acessando o Boletim Focus, também do Banco Central.
Ele é divulgado gratuitamente e atualizado todas as semanas, apresentando as projeções das principais instituições financeiras do Brasil. Para conhecer as expectativas do próprio Banco Central, vale consultar a seção de Indicadores Econômicos Selecionados.
Dessa forma, você terá acesso às planilhas que mostram as expectativas de índices de preços e poderá ter informações mais completas. Interessante, não é mesmo?
Qual é a diferença entre inflação e deflação?
Após aprender sobre o cenário de aumento generalizado dos preços, vale saber que essa não é a única situação possível na economia. Em algum momento, você também poderá notar a queda de preços, resultando em uma taxa negativa.
Nesse caso, o termo usado é deflação. Se a taxa de inflação em determinado período é de -5%, por exemplo, significa que houve deflação e os preços caíram 2% no prazo analisado. Essa situação parece bastante boa, concorda?
No entanto, a queda contínua e generalizada dos preços também pode ser um problema para a economia. Isso porque ela desestimula o consumo, pois poupar dinheiro passa a ser mais vantajoso.
Afinal, a tendência é que os preços caiam no futuro, e os investimentos aumentam o poder de compra do investidor. Com a redução do consumo, ocorre a queda na produção e na geração de empregos, diminuindo o crescimento econômico do país.
De maneira geral, um período de deflação sucede crises financeiras, dificultando ainda mais a recuperação da economia.
Como a inflação pode ser controlada?
Se a inflação interfere na rotina dos brasileiros, como ela pode ser controlada? Para isso, existe um sistema de metas que visam manter o controle inflacionário do Brasil. Ele é definido com base nas expectativas para o crescimento econômico.
Assim, o Banco Central pode calcular o índice de inflação esperado. O mercado, por sua vez, alinha suas expectativas com esse objetivo. Essa é uma prática que já ajuda a controlar a alta dos preços — mas nem sempre é suficiente.
Por esse motivo, as movimentações da taxa básica de juros (Selic) também acontecem para manter ou reduzir a inflação medida em determinado período. Na prática, o Banco Central pode aumentar a Selic para desestimular a atividade produtiva, pois o crédito fica mais caro para empresas e para pessoa física.
Com isso, a inflação tende a diminuir, já que o consumo também cai pela dificuldade de acessar o crédito. Por outro lado, quando a taxa Selic diminui, o crédito fica mais barato e a economia é estimulada, o que pode aumentar a inflação do período. Entendeu essa dinâmica?
Outra possibilidade é o Banco Central comprar ou vender títulos públicos. Dependendo da decisão, há maior ou menor circulação de dinheiro no mercado, ajudando a aumentar ou reduzir a inflação. Dessa forma, é possível se aproximar da meta estabelecida.
Além disso, outras atitudes podem influenciar o cenário inflacionário. Por exemplo, políticas cambiais e de preços administrados pelo Governo (como de combustíveis ou tarifas de concessões públicas) podem ajudar a controlar a inflação.
Como proteger o seu dinheiro diante da inflação?
Percebeu como a inflação pode interferir em diversas esferas da economia, dos investimentos e da rotina? Então você pode estar se perguntando como proteger o seu dinheiro da perda do poder de compra.
Uma das principais formas de obter essa proteção é por meio dos investimentos. Para isso, uma possibilidade é buscar títulos de renda fixa com rentabilidade híbrida atrelada à inflação. Essa classe se destaca por permitir que o investidor conheça a lógica de remuneração antes de aplicar o dinheiro.
No caso dos títulos híbridos, os rendimentos combinam uma porcentagem fixa com o desempenho de um indicador do mercado — normalmente, o IPCA. Isso garante que o investidor terá ganhos acima da inflação, pois a rentabilidade real será sempre positiva.
Dessa forma, mesmo que a inflação aumente, seus rendimentos estarão acima do índice — desde que você aguarde o vencimento do título. Bem interessante, né?
Também é importante não deixar seu dinheiro parado na conta corrente. Se isso ocorrer, ele inevitavelmente perderá poder de compra com o passar do tempo. Logo, é fundamental procurar soluções que façam o seu dinheiro render, combinado?
Vale saber que o CDI costuma apresentar uma porcentagem próxima à Selic. Como a taxa básica de juros geralmente aumenta quando a inflação está alta, as chances de ter rentabilidade real negativa são menores.
Agora você sabe o que é inflação e como ela impacta o seu dia a dia — incluindo seus investimentos. Por isso, é fundamental acompanhar e considerar esse fator no momento de investir e montar seu orçamento pessoal.
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