Como funciona um investimento de renda fixa? Entenda!

Como funciona um investimento de renda fixa? Entenda!

Investir o seu dinheiro é um hábito que você pode desenvolver para ter uma vida financeira mais saudável, sabia?

Para isso, é preciso conhecer as principais oportunidades do mercado — o que envolve o funcionamento de investimentos diversos, inclusive o de renda fixa.

Essa é uma classe repleta de alternativas, que podem ser úteis para investidores com diferentes características. Assim, saber mais sobre a renda fixa pode te ajudar a começar a investir com o pé direito.

Agora, você descobrirá como funciona um investimento de renda fixa e saberá quais são suas principais características. Vamos lá?

O que é a renda fixa?

A renda fixa é uma classe de investimentos cujas aplicações costumam ser bastante populares entre os investidores. No geral, os produtos financeiros que fazem parte dessa classificação funcionam como empréstimos.

Nesse sentido, há dois participantes principais: o emissor do título e o investidor. A emissão de investimentos de renda fixa pode ser realizada pelo Governo, por uma instituição financeira ou por empresas no geral.

O título serve para captar recursos, dentro de determinadas condições de prazo. Assim, o investidor disponibiliza o dinheiro e, em troca, recebe uma rentabilidade contratada. Desse modo, é como se ele emprestasse a quantia para quem emitiu o título e fosse remunerado por isso.

Quais as principais características dos investimentos de renda fixa?

Até aqui, você entendeu que todo investimento de renda fixa funciona de modo semelhante a um empréstimo. Porém, existem outras características que também é preciso considerar. Assim, você pode compreender melhor como as aplicações funcionam e o que elas oferecem.

Na sequência, confira quais são os principais aspectos que envolvem o funcionamento dos investimentos de renda fixa!

Rentabilidade

A rentabilidade de um investimento é calculada pela diferença entre o valor final e o valor inicial do capital investido. Se você investir R$ 1000 e receber R$ 1100, a diferença é de R$ 100. Logo, a rentabilidade é de 10%. No caso específico da renda fixa, a lógica que define as regras de retorno é combinada antecipadamente, sendo dividida em três os tipos.

Veja quais são as possibilidades de retorno:

• Prefixado: é definido por uma taxa fixa, conhecida antes mesmo do investimento e que é mantida pelo período de aplicação. É o que ocorre com um investimento que rende 8% ao ano, por exemplo;

• Pós-fixado: acompanha a variação de um indicador de referência, como a taxa Selic ou o Certificado de Depósito Interbancário (CDI). Um exemplo é um título que rende 100% do CDI ao ano;

• Híbrido: é formado por uma taxa fixa acrescida da variação de um indicador, que normalmente é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É o que ocorre com um título que rende 5% ao ano mais a variação do IPCA.

Liquidez

Outra característica importante para considerar é a liquidez. Ela representa o tempo necessário para converter um investimento em dinheiro. Quanto mais líquido for o investimento, menos tempo é necessário para transformar a aplicação em um montante financeiro novamente.

Na renda fixa, você encontra títulos com duas condições principais: aqueles com liquidez só no vencimento e aqueles com liquidez diária. Que tal entender melhor essas características?

Uma aplicação com liquidez apenas no vencimento permite que o resgate ocorra somente na data combinada para o pagamento do emissor. Nesse caso, se você quiser se desfazer do investimento antes do período acordado, será preciso vendê-lo no chamado mercado secundário.

Já os títulos com liquidez diária, podem ser resgatados em qualquer dia. Logo, tenha em mente que essa é a condição que oferece mais flexibilidade para o resgate, combinado?

Prazo

Além de entender sobre a liquidez, é importante considerar as características referentes ao prazo de um investimento de renda fixa. No geral, é possível encontrar aplicações de curto, médio ou longo prazo.

As classificações são:

• Curto prazo: vencimento em até 1 ano;

• Médio prazo: vencimento entre 1 e 5 anos;

• Longo prazo: vencimento acima de 5 anos.

Ao avaliar o prazo de um investimento de renda fixa, é importante considerar as condições de liquidez. Afinal, como você viu, um investimento de maior prazo que tenha liquidez diária existe, certo?

Já uma aplicação que tenha liquidez apenas no vencimento, por outro lado, mesmo que seja de curto prazo, tende a ser mais difícil de ser resgatada impactar seu retorno financeiro. Isso porque, se você precisar do dinheiro antecipadamente, poderá sofrer prejuízos com a venda do título pelo preço de mercado no momento da venda.

Por esse motivo, é bastante comum avaliar o prazo e a liquidez juntos. Assim, fica mais fácil verificar qual investimento faz mais sentido para a sua realidade e para os seus objetivos pessoais.

Segurança

Um dos grandes destaques da renda fixa é o menor risco que ela oferece — em especial, em relação aos investimentos de renda variável. Isso ocorre porque a lógica de retorno é conhecida previamente, o que traz mais previsibilidade para os resultados das aplicações financeiras.

Como consequência, você tem a chance de investir com mais proteção, garantindo um nível maior de segurança para a sua carteira. Bem legal, né? No entanto, isso não significa que a renda fixa não ofereça riscos — a questão é que eles costumam ser menores que os investimentos de renda variável.

Nesse contexto, um dos riscos mais comuns da renda fixa é o de crédito. Ele envolve a probabilidade de o emissor não conseguir fazer o pagamento dos títulos conforme as regras previstas.

Para diminuir parcialmente esse risco, algumas aplicações financeiras dessa classe têm a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Essa é uma entidade sem fins lucrativos que oferece proteção para investidores de determinados títulos de renda fixa.

Se o emissor sofrer falência ou não puder fazer o pagamento, o FGC faz o ressarcimento do valor investido mais o rendimento do período. Porém, há um limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição, além de um limite global de R$ 1 milhão, renovável a cada 4 anos.

Além do risco de crédito, os títulos de renda fixa apresentam o risco de liquidez. Como o nome indica, ele se refere ao perigo de não ter acesso ao dinheiro quando precisar dele.

No caso de títulos com resgate apenas no vencimento, esse risco é mais significativo e pode afetar seus resultados na hora de investir. Por isso, vale ficar atento às características das aplicações antes de fazer seu investimento e do histórico do emissor do título de renda fixa, combinado?

Tributação

Em relação à cobrança de impostos, é possível encontrar investimentos de renda fixa tributáveis e aqueles que são isentos de Imposto de Renda (IR).

Nos investimentos tributáveis, a alíquota incide sobre o rendimento e o imposto é cobrado na fonte. Logo, ao resgatar a aplicação, você já recebe o valor líquido. Além disso, a alíquota depende do tempo que o dinheiro é mantido aplicado, segundo a tabela regressiva de IR.

Veja quais são os valores:

• até 180 dias: 22,5%;

• de 181 a 360 dias: 20%;

• de 361 a 720 dias: 17,5%;

• acima de 720 dias: 15%.

Já os investimentos isentos não têm cobrança de IR sobre o rendimento. Com isso, o valor a ser resgatado não sofre descontos do imposto.

Quais os principais investimentos de renda fixa?

Após conhecer as características gerais da renda fixa, é interessante entender quais são os principais exemplos de investimentos dessa classe, não é? Assim, você poderá descobrir as oportunidades disponíveis e definir o que é mais adequado para a sua carteira.

Que tal saber mais sobre como funciona cada tipo de investimento de renda fixa? Confira!

Títulos públicos

Os títulos públicos estão entre as aplicações mais populares da renda fixa. Eles são emitidos pelo Tesouro Nacional e servem para o Governo Federal captar recursos. Essas aplicações são negociadas na plataforma do Tesouro Direto.

Em relação às suas características, os títulos públicos podem ser de 3 tipos principais: 

• Tesouro Prefixado: rende com base em uma taxa fixa e pode ou não prever o pagamento de um cupom semestral de rendimento;

Tesouro Selic: rende de acordo com o desempenho da Selic, que é a taxa básica de juros da economia;

• Tesouro IPCA: rende uma taxa fixa mais a variação do IPCA, oferecendo retorno acima da inflação. Como o Tesouro Prefixado, pode ter pagamento semestral de juros.

Os títulos públicos apresentam alta segurança, pois eles são inteiramente garantidos pelo Tesouro Nacional. Além de ser uma instituição sólida, o Governo é a única entidade autorizada a emitir mais papel-moeda. Logo, os títulos apresentam o chamado risco soberano.

Em relação ao resgate, todos eles apresentam liquidez diária. Porém, o resgate antecipado do Tesouro Prefixado e do Tesouro IPCA faz com que eles sejam vendidos pelo preço de mercado do dia. Com isso, tenha em mente que o único modo de garantir o retorno acordado é levando o investimento até o vencimento, beleza?

Títulos privados

Os títulos privados de renda fixa são emitidos por empresas, como as instituições financeiras. Um exemplo é o certificado de depósito bancário (CDB). O banco emite esse título para captar recursos que podem ser usados para diferentes finalidades — como na oferta de empréstimos.

A letra de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA) são outros títulos que vale conhecer. A diferença é que elas são voltadas para operações com lastro no mercado de imóveis e do agronegócio, respectivamente.

Cada título tem características diferentes de rentabilidade, prazo e liquidez. No geral, quanto maiores forem os riscos, maior tende a ser o retorno oferecido. Em relação à segurança, muitos títulos privados são cobertos pelo FGC, mas não todos.

Crédito privado

O crédito privado é uma subclassificação dos títulos privados. Nessa categoria estão os títulos emitidos por instituições não financeiras, como: sociedades anônimas, sociedades limitadas e securitizadoras.

Entre os exemplos de títulos de crédito privado estão as debêntures. Elas são títulos de dívida emitidos por empresas com o objetivo de captar recursos para suas atividades ou projetos. Assim, você empresta dinheiro diretamente para o empreendimento emissor.

O certificado de recebíveis imobiliários (CRI) e o certificado de recebíveis do agronegócio (CRA), por outro lado, são emitidos por securitizadoras. Essas instituições antecipam valores que as empresas desses setores têm a receber. Depois, elas convertem os direitos de crédito em títulos, que são disponibilizados para os investidores.

Em geral, títulos do crédito privado têm baixa liquidez e prazos maiores. Além disso, eles não têm proteção do FGC. Então, as aplicações oferecem um risco maior, mas também costumam prometer retornos mais elevados.

Fundos de renda fixa

Para conhecer as diferentes possibilidades da renda fixa, também é necessário considerar os fundos de investimento. Antes de saber mais sobre essa alternativa, no entanto, vale entender o funcionamento de um fundo de investimento no geral, ok?

Um fundo de investimento é um veículo financeiro coletivo que prevê a participação de diferentes investidores com um objetivo em comum. Para isso, você precisa adquirir cotas de participação do fundo de seu interesse e se tornar, assim, um cotista.

Outro aspecto importante é a gestão profissional. Um gestor fica responsável por movimentar os recursos do fundo, escolhendo os investimentos que fazem parte da carteira coletiva, de acordo com a estratégia definida previamente.

No caso dos fundos de renda fixa, o foco está em concentrar recursos em investimentos dessa classe. Os fundos referenciados na taxaDI (Depósito Interbancário), por exemplo, prioriza o investimento em títulos pós-fixados. Com isso, ele busca replicar o desempenho da taxa CDI (Certificados de Depósito Interbancário) e apresenta liquidez diária.

Já o fundo de inflação prioriza o investimento em títulos híbridos atrelados a essa taxa. Enquanto isso, fundos de debêntures são formados, em sua maioria, por títulos de dívida que fazem parte dessa classificação. Viu como cada fundo tem características próprias?

Por sua vez, o fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) é composto por direitos creditórios e títulos do crédito privado que sejam ligados a eles. Além dessas, há outras alternativas de fundos de renda fixa, que podem fazer parte da carteira de diferentes investidores.

Quando vale a pena investir na renda fixa?

Um dos momentos em que esses títulos são mais buscados é durante o início da jornada de investimentos. Se você nunca investiu, começar pela renda fixa pode ser uma forma de aprender sobre o mercado com mais segurança.

Também pode ser válido investir na renda fixa quando você deseja começar a formar sua reserva de emergência. Esse é um montante que deve ficar em uma aplicação segura e líquida, para que você possa acessar o dinheiro quando precisar, no caso de imprevistos financeiros.

Além disso, a renda fixa pode ser atrativa quando você deseja obter mais segurança na carteira. Quem pretende investir na renda variável, por exemplo, pode ter nas aplicações de renda fixa uma estratégia para diversificar o portfólio e reduzir os riscos gerais.

Agora você sabe o que é um investimento em renda fixa e como ele funciona. Assim, é possível incorporar essas aplicações ao seu patrimônio de acordo com os seus objetivos e seu nível de tolerância ao risco na hora de fazer suas aplicações.


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