Previdência privada vale a pena? Veja o que é e como funciona!

Previdência privada vale a pena? Veja o que é e como funciona!

Ter uma boa organização financeira exige que você pense no agora sem deixar de criar planos a longo prazo. A aposentadoria faz parte de tudo isso e, para dar certo, é importante entender os detalhes das duas formas de criar um fundo específico para esse momento.

A mais conhecida é a aposentadoria pública por meio do INSS, uma contribuição obrigatória para empregados com carteira assinada e domésticos, contribuintes individuais, trabalhador avulso e trabalhador rural. A outra é a aposentadoria privada, conhecida também como previdência privada, que permite você investir um determinado valor mensalmente por um longo tempo e resgate o montante com juros no final do período.

Continue a leitura e entenda um pouco mais sobre esse assunto:

Tipos de Previdência Privada

Os planos de previdência privada são divididos em dois tipos: Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

É importante entender essa diferença, pois, de acordo com os seus objetivos e planos para o futuro, o tipo de investimento pode trazer mais vantagens diante do seu perfil. Confira a seguir mais detalhes de cada um deles:

Conheça o plano PGBL

O Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) é mais indicado para quem usa o formulário completo na hora de realizar a declaração de imposto de renda (IRPF), ou seja, quem possui mais de R$ 16.754,34 em gasto anual com educação, saúde, dependentes e todas as outras despesas dedutíveis.

Vale salientar que esse tipo de plano tem o limite de 12% sobre a renda bruta dedutível para contribuição, ou seja, você não pode ultrapassar essa porcentagem do seu rendimento bruto anual para inclusão na previdência.

Outra vantagem é que esse tipo de previdência privada não entra no inventário. Isso significa que, no caso de falecimento do titular do investimento, o montante acumulado é automaticamente disponibilizado para quem está cadastrado como beneficiário do plano.

Por outro lado, o PGBL tem um sistema de tributação diferente do que a maioria dos investimentos. Optando por esse tipo de previdência, você tem que ter em mente que o Imposto de Renda será calculado sobre todo o valor depositado no decorrer dos meses e não apenas sobre o rendimento.

Confira os dois tipos de tabelas de tributação disponíveis nesse tipo de plano:

Na tabela regressiva, à medida que o dinheiro permanecer investido, a porcentagem de imposto cobrado no resgate diminui.

Diferente da anterior, na tabela progressiva a porcentagem aumenta de acordo com o valor investido, sendo retido 15% na fonte e o restante conforme tabela acima.

Outra característica que vale ser destacada sobre esse tipo de aposentaria privada é o tempo mínimo para resgate. Acordado no momento da aplicação, por lei dos órgãos reguladores, o prazo de carência desse tipo de investimento não pode ser inferior a 60 dias ou maior que 24 meses. Por esse motivo, é muito importante que você preste muita atenção nestes prazos no momento de realizar a compra do título. Ele determina o momento que será possível resgatar ou realizar portabilidade para outras instituições.

Falando em portabilidade, que nada mais é do que trocar a instituição em que você adquiriu o título para outra, vale deixar claro dois pontos:

O primeiro é que optando pelo modelo PGBL, não é possível mudar para o VGBL. Nesse caso, será necessário fazer o resgate e começar um novo investimento.

O outro é que você pode alterar o tipo de tributação escolhido sem a necessidade de resgate, ou seja, passar de progressivo para regressivo – e vice-versa – mantendo o plano.

O que é plano VGBL?

O tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) é mais indicado para quem opta pelo modelo simples na hora de realizar a declaração anual de IRPF.

No momento do resgate, haverá o recolhimento de imposto apenas sobre o rendimento do montante aplicado , impossibilitando que você o use como uma despesa dedutível.

Confira a seguir a tabela regressiva para calcular o imposto em previdências privadas VGBL:

Como foi dito acima, na tabela regressiva, à medida que o dinheiro permanecer investido, a porcentagem de imposto cobrado no resgate diminui.

Uma característica bem importante desse tipo de aplicação é que não existe limite de contribuição mensal, como ocorre nos planos PGBL. Isso gera mais flexibilidade para você encontrar o melhor valor que será aplicado no decorrer do tempo de acordo com seus objetivos.

Diferença do PGBL e VGBL

Comparando os dois planos, há duas principais diferenças. A primeira está relacionada a sua declaração de Imposto de Renda. Em resumo, se você opta pela declaração de Imposto de Renda completa, em que é necessário indicar todas as despesas dedutíveis, é mais indicado que sua previdência seja do tipo PGBL. Caso contrário, realizando a declaração simples, o investimento no formato VGBL proporciona mais vantagem. A segunda está relacionada aos rendimentos e riscos menores ou maiores.

Quanto rende a previdência privada?

O rendimento da previdência privada está diretamente vinculado aos planos de investimento oferecidos pelos bancos ou seguradoras. Por lei, eles necessariamente precisam ter 30% do montante em renda fixa e o restante pode ser aplicado em renda variável.

Isso permite que você compare as condições oferecidas por cada um deles e escolha por uma estratégia mais conservadora, moderada ou arrojada , o que depende dos seus objetivos e seu perfil de investidor.

Só não se esqueça: como a instituição escolhida é responsável por gerir os recursos aplicados, é importante analisar a fundo as propostas e conhecer bem a instituição antes de tomar essa decisão.

Confira alguns pontos que podem te ajudar decidir:

  • Taxas a serem cobradas;
  • Carência para resgate;
  • Condições de portabilidade;
  • Lâmina do fundo de investimento, que é o documento que resume as principais características da aplicação.

Quanto custa a previdência privada?

Geralmente, você tem que pagar duas taxas diferentes na hora de contratar sua previdência privada, a de administração e a de carregamento. Entenda melhor o que é cada uma delas:

Taxa de Administração da previdência privada

A Taxa de Administração é cobrada anualmente sobre o valor total aplicado e é usado para cobrir os custos que a instituição escolhida tem para gerir o dinheiro. Geralmente está entre 2% e 5%.

Taxa de Carregamento

A taxa de carregamento serve para cobrir as despesas da instituição financeira escolhida para gerir seus recursos. Ela pode ser cobrada tanto no momento de depósito ou na hora de realizar o resgate do seu investimento. Segundo as regras, essa cobrança não pode passar de 10% sobre a operação e não pode ocorrer sobre os rendimentos obtidos com a aplicação.

Como esse tipo de investimento costuma ser a longo prazo e ela será cobrada mês a mês, por esse motivo, é importante avaliar a fundo o real impacto dessa taxa no seu rendimento final.

Quanto tempo tenho que pagar a previdência privada

Agora que você já entendeu em detalhes como funciona a previdência privada, é importante entender que é um tipo de investimento a médio/longo prazo.

Ao iniciar seu plano de previdência no início da sua carreira, terá mais tempo realizando investimentos mensais, aumentando o montante total investido e, consequentemente, maior rendimento.

Não existe uma regra de quanto tempo você necessariamente tem que pagar a previdência privada, esse é um detalhe que muda de acordo com os seus objetivos. É importante planejar o seu momento de aposentadoria e verificar quanto está disposto a pagar mensalmente para projetar os ganhos no final da previdência. Se o valor estiver abaixo do que considera interessante, precisará fazer aportes maiores mensalmente.

Confira um exemplo:

Quem paga previdência privada precisa pagar INSS?

Como falamos acima, a previdência social é obrigatória para todos os trabalhadores de carteira assinada do nosso país e não tem nenhum vínculo com a previdência privada. Isso significa que, fazendo ou não esse investimento, você terá que continuar pagando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Confira a seguir algumas características e diferenças entre ambas:

Previdência social

  • A administração dos recursos é feita pelo governo;
  • Existem regras predefinidas em relação a tempo de contribuição para começar a receber o retorno desse investimento, exceto em eventualidades;
  • Embora haja exceções, existe um teto de valor a receber de aposentadoria. Em 2022, ele é de R$ 7.087,22;
  • A contribuição da população economicamente ativa é usada para a população que já recebe o benefício, conhecida no mercado como reparticipação simples.

Previdência privada

  • Pode servir como complemento da sua aposentadoria social ou para outros objetivos, permitindo que seja usada como uma ferramenta a médio ou longo prazo;
  • Não tem limite de investimento e de recebimento no momento do resgate;
  • Você acumula de forma individual e decide quando e o que fará com o saldo.

Lista de vantagens e desvantagens da previdência privada

Agora que você já está por dentro de todos os detalhes de como funciona esse tipo de investimento, confira uma lista que preparamos com as principais vantagens e desvantagens para te ajudar a decidir se vale a pena.

5 principais vantagens da previdência privada

• Recorrência de investimento: a previdência privada te ajuda a criar o hábito de poupar dinheiro e é um ótimo exercício de como realizar investimentos para alcançar objetivos a médio e longo prazo;
• Flexibilidade: caso não esteja satisfeito com o desempenho do plano escolhido ou queira mudar a estratégia de aplicação do dinheiro, você pode usar a portabilidade para outra instituição ou plano;
• Plano personalizado: uma das vantagens da previdência privada é a personalização da forma de aplicar seu dinheiro, para que atenda suas necessidades de forma mais assertiva;
• Diversificação: o investimento em previdência privada permite que você diversifique o montante aplicado em diversos tipo de investimento, estratégia essencial para driblar a volatilidade do mercado segundo especialistas;
• Gestão: além do hábito de investimento, o acompanhamento da sua carteira é primordial para alcançar os melhores rendimentos.

5 principais desvantagens da previdência privada

• Carência: é comum encontrar planos de previdência privada período máximo de 24 meses para realizar a portabilidade. Atente-se nesse ponto antes de seguir com seu investimento;
• Riscos: o risco do plano escolhido para realizar aplicações mensais deve estar alinhando com o seu perfil de investidor, tanto em relação ao tipo de investimento quanto a instituição emissora do plano. Isso porque, esse tipo de investimento não conta com o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), fazendo com que você fique descoberto em caso de falência da empresa onde o investimento foi realizado;
• Tributação: a forma como a cobrança de imposto é realizada nesse tipo de investimento pode diminuir seu rendimento, por esse motivo é importante se atentar ao tipo de previdência privada que você vai optar e forma de cobrança disponível em cada uma delas;
• Taxas: as taxas desse tipo de aplicação financeira é uma praxe do mercado, que varia de acordo com a intuição responsável. Atente-se a esse detalhe e procure por cobranças mais baixas na hora de escolher seu plano de previdência privada;
• Composição: o rendimento da previdência privada funciona de forma parecida com os fundos de investimento, onde seu dinheiro é investido em diferentes tipos de ativos. Contratar um plano sem alinhar sua tolerância a risco com o histórico de volatilidade desses ativos pode gerar frustrações.

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